sexta-feira, 18 de julho de 2008

CHICO XAVIER



Vida é o amor existencial.
Razão é o amor que pondera.
Estudo é o amor que analisa.
Ciência é o amor que investiga.
Filosofia é o amor que pensa.
Verdade é o amor que eterniza.
Ideal é o amor que se eleva.
Fé é o amor que transcende.
Esperança é o amor que sonha.
Caridade é o amor que auxilia.
Fraternidade é o amor que se expande.
Sacrifício é o amor que se esforça.
Renúncia é o amor que se depura.
Simpatia é o amor que sorri.
Trabalho é o amor que constrói
Indiferença é o amor que se esconde.
Desespero é o amor que se desgoverna.
Paixão é o amor que se desequilibra.
Ciúme é o amor que se desvaira.
Orgulho é o amor que enlouquece.
Sensualismo é o amor que se envenena.
Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do amor, não é senão o próprio amor que adoeceu gravemente.





Francisco Cândido Xavier

OXALA

Oxala eh proibido de consumir sal

Oxala foi consultar Ifa para saber como melhor tocar a vida.
Os adivinhos recomendaram que fizesse ebo, que oferecesse aos deuses uma cabaça de sal e um pano branco.
Assim Oxala não passaria por transtornos e não sofreria desonras e outras ofensas morais na Terra.
Dando de ombros ao conselho, Oxala foi dormir sem cumprir o recomendado.
De noite Exu entrou na casa de Oxala.
Ele trazia uma cabaça cheia de sal e a amarrou nas costas de Oxala.
Na manhã seguinte Oxala despertou corcunda.
Desde então tronou-se protetor dos corcundas, dos albinos e toda sorte de aleijados.
Mas foi para sempre proibido de consumir sal.

Saudação-Êp,êp,Baba,

Texto do Livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora- Companhia das Letras

quinta-feira, 17 de julho de 2008

OXAGUIÃ



Oxaguiã inventa o pilão

Oxala,rei de Ejigbô , vivia em guerra.
Ele tinha muitos nomes, uns o chamavam de Elemoxo, outros de Ajagunã, ou ainda Aquinjolê, filho de Oguiriniã.
Gostava de guerrear e de comer.
Gostava muito de uma mesa farta.
Comia caracois, canjica, pombos brancos, mas gostava mais de inhame amassado.
Jamais se sentava para comer se faltasse inhame.
Seus jantares estavam sempre atrasados, pois era muito demorado preparar o inhame.
Elejigbô, o rei de Ejigbô, estava assim sempre faminto, sempre castigando as cozinheiras, sempre chegando tarde para fazer a guerra.
Oxala então consultou os babalaôs, fez suas oferendas a Exu e trouxe para a humanidade uma nova invençao.
O rei de Ejigbô inventou o pilão e com o pilão ficou mais facil preparar o inhame e Elejigbô pôde se fartar e fazer todas as suas guerras.
Tão famoso ficou o rei por seu apetite pelo inhame que todos agora o chamam de
''Orixa-Comedor-de Inhame-Pilado'', o mesmo que Oxaguiã na lingua do lugar.
Cheueu baba
Texto do Livro- Mitolgia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora Companhia das Letras

ORUNMILA-IFA


Orunmila aprende o segredo da fabricaçao dos homens
Obatala reuniu as materias necesarias a criaçao do homem
e mandou convocar os seus irmãos orixas.
Apenas Orunmila compareceu.
Por isso Obatala o recompensou.
Permitiu que apenas ele conhecesse os segredos da construçao do homem.
Revelou a Orunmila todos os misterios e os materiais usados na sua confecçao.
Orunmila tornou-se assim o pai do segredo, da magia e do conhecimento do futuro.
Ele conhece a vontades de Obatala e de todos os orixas envolvidos na vida dos humanos.
Somente Orunmila sabe de que modo foi feito cada homem, que venturas e que infoutunios foram usados na consturçao de seu destino.
Texto do Livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora-Companhia das Letras

IEMANJA




Iemanja eh nomeada protetora das cabeças

Dia houve em que todos os deuses deveriam atender ao chamado de Olodumare para uma reunião.

Iemanja estava em casa matando um carneiro, quando Legba chegou para avisa-la do encontro.

Apressada e com medo de atrasar-se e sem ter nada para levar de presente a Olodumare, Iemanja carregou consigo a cabeça do carneiro como oferenda para o grande pai.

Ao ver que somente Iemanja trazia-lhe um presente, Olodumare declarou,

''Awoyo ori dori re''

''Cabeças trazes, cabeça seras.''

Desde então Iemanja eh a senhora de todas as cabeças.

Saudação-Odofiabah

Texto do Livro- Miltologia dos Orixas

Autor- Reginaldo Prandi

Editora- Companhia das Letras

IBEJIS




Os Ibejis são transformados numa estatueta


São filhos de Iemanja os dois meninos gêmeos, os ibejis.
Os ibejis passavam o dia a brincar.
Eram crianças e brincavam com Logum Ede e brincavam com Ewa.
Um dia, brincavam numa cachoeira e um deles se afogou.
O Ibeji que ficou começou a definar, tão grandes eram suas tristezas e solidão, melancolico e sem interesse pela vida.
Foi então a Orunmila e suplicou que Orunmila trouxesse o irmão de volta.
Que Orunmila os reunisse de novo, para que brincassem juntos como antes.
Orunmila não podia ou não queria fazer tal coisa, mas transformou a ambos em imagens de madeira e ordenou que ficassem juntos para sempre.
Nunca mais cresceriam,
Não se separariam.
São dois gêmeos-meninos brincando eternamente, são crianças

Texto do Livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora- Companhia das Letras

OXUM





Oxum faz as mulheres estereis em represalias aos homens







Logo que o mundo foi criado , todos os orixas vieram a Terra e começaram a tomar decisões e dividir encargos entre eles, em conciliabulos nos quais somente os homens podiam participar.

Oxum não se conformava com essa situaçao.

Ressentida pela exclusão, ela vingou-se dos orixas masculinos.

Condenou todas as mulheres a esterilidade, da sorte que qualquer iniciativa masculina no sentido de fertilidade era fadada ao fracasso.

Por isso, os homens foram consultar Olodumare.

Estavam muito alarmados e não sabiam o que fazer sem filhos para criar, nem herdeiros para quem deixar suas posses, sem novos braços para criar e fazer as guerras e sem descendentes para não deixar morrer suas memorias.

Olodumare soube, então. que Oxum fora excluida das reuniões.

Ele aconselhou os orixas a convida-la, e as outras mulheres, pois sem Oxum e seu poder sobre a fertilidade nada poderia ir adiante.

Os orixas seguiram os sabios conselhos de Olodumare e assim suas iniciativas voltaram a ter sucesso.

As mulheres tornaram a gerar filhos e a vida na Terra prosperou.

Saudação- Oramiêeu,Oraeêu Oxum


Texto do Livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora- Companhia das Letras

OBA





Oba eh possuida por Ogum




Oba escolheu a guerra como prazer nesta vida.

Enfrentava qualquer situação e assim procedeu comm quase todos os orixas.

Um dia Oba desafiou para a luta Ogum, o valente guerreiro.

O ardiloso Ogum, sabendo dos feitos de Oba, consultou os babalaôs.

Eles aconselharam Ogum a fazer oferendas de espigas de milho e quiabo, tudo pilado, formando uma massa viscosa e escorregadia.

Ogum preparou tudo como foi recomendado e depositou o ebo num canto do lugar onde lutariam.

Chegada a hora, Oba em tom desafiador, começou a dominar a luta, Ogum levou-a ao local onde estava a oferenda.

Oba pisou no ebo, escorregou e caiu.

Ogum aproveitou-se da queda de Oba, num lance rapido tirou-lhe os panos e a possuiu ali mesmo, tornando-se, assim, seu primeiro homem.

Mais tarde Xangô roubou Oba de Ogum.


Saudação- Obassynhê


Texto do Livro-Mitologia dos Orixas

Autor- Reginaldo Prandi

Editora- Companhia das Letras



IANSÃ


Oia eh disputada por Xangô e Ogum





Oia era uma mulher muito desejada , que alem de bela, sedutora e guerreira preparava deliciosos acarajes como ninguem.
Um dia Xangô raptou Oia casa de Ogum.
Voltando de uma caçada, Ogum ficou ciente do ocorrido e mandou uma mensagem para Xangô, iria buscar sua mulher.
Começava a rivalidade pela conquista de Oia.
Os dois prepararam-se para o litigio.
Cada um consultou Ifa e fez oferendas numa estrada.
Ogum ofereceu inhames e farofa.
Xangô por sua vez, ofereceu amala e orobôs.
Ogum apresentou-se com sete escravos e Xangô doze.
Ogum não se amedrontou e ambos partiram para a luta.
Antes, porem, comeram das comidas oferecidas.
Começaram a lutar e nunca mais pararam.
E ate hoje dessa guerra muitas aventuras são contadas.
Nessa luta Oia ganhou de Ogum uma espada e nunca mais deixou de ser guerreira.
Muitas aventuras dessa guerra são contadas e todos falam de uma Oia guerreira e amante, sempre disputada por Xangô e Ogum, os seus amados.

Saudação-Eparrey Iansã


Texto do livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora- Companhia das Letras


XANGÔ


Xangô oferece mil riquezas a Oxum
Tudo o que Xangô viu e quis sempre conseguiu.
Um dia Xangô viu uma mulher muito bonita e a desejou ardentemente.
Mesmo sendo casado com Iansã, começou a persegui-la.
Era Oxum, mulher de Ogum, um pobre caçador , que pouco podia oferecer a mulher.
Xangô era um negro belo, forte e rico.
E ele foi em seu encalço e lhe falou
''Se ficares comigo , abro um tapete de ouro sob os seus pes, que eh para nunca mais pisares o chão.
E todas as minhas riquezas serão tuas''.
Logo que ouviu falar em ouro, Oxum foi embora com Xangô.
Ele era rico, atrevido e charmoso.
Eh esse tipo de pessoa que satisfaz Oxum.
E ambos são doidos um pelo outro.
E todas as mulheres que foram de Ogum foram tomadas por Xangô.
Saudação- Obanixe caô Kabecilei Xangô
Texto do Livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora- Companhia das Letras

quarta-feira, 16 de julho de 2008

EWA

Ewa eh escondida por seu irmão Oxumarê


Filha de Nanã tambem eh Ewa.


Ewa eh o horizonte, o encontro do ceu com a terra.


Eh o encontro do ceu com o mar.

Ewa era bela e iluminada, mas era solitaria e tão calada.

Nanã, preocupada com sua filha, pediu o Orunmila que lhe arranjasse um amor,que arranjasse um casamento para a Ewa.

Mas Ewa desejava viver soh, dedicada a sua tarefa de fazer cair a noite no horizonte, matando o sol com a magia que guarda na cabaça adô.

Nanã porem, insistia em casar a filha.

Ewa pediu então ajuda a seu irmão Oxumarê.

O Arco-Iris escondeu Ewa no lugar onde termina o arco de seu corpo.

Escondeu Ewa por tras do horizonte e Nanã nunca mais pode alcança-la.

Assim os dois irmãos passavam a viver juntos, para sempre inatingiveis no horizonte, la onde o ceu encontra a terra.

Onde ela faz nascer a noite com seu adô.

Saudação- Abeualah Ewa

Texto do livro- Mitologia dos Orixas

Autor- Reginaldo Prandi

Editora- Companhia das Letras


OXUMARÊ

Oxumarê desenha o arco-iris no ceu para estancar a chuva


Conta-se que Oxumarê não tinha simpatia pela chuva.
Toda vez que ela reunia suas nuvens e molhava a terra por muito tempo, Oxumarê apontava para o ceu ameaçadoramente com sua faca de bronze e fazia com que a chuva desaparecesse, dando lugar ao arco-iris.
Um dia Olodumare contraiu uma molestia que o cegou.
Chamou Oxumarê , que da cegueira o curou.
Olodumare temia, entretanto, perder de novo a visão e não permitiu que Oxumarê voltasse a Terra para morar.
Para ter Oxumarê por perto, determinou que morasse com ele, e que so de vez em quando viesse a Terra em visita, mas so em visita.
Enquanto Oxumarê não vem a Terra, todos podem vê-lo no ceu com sua faca de bronze, sempre se fazendo no arco-iris para estancar a chuva.

Saudação-Arrobobôio

Texto Livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora- Companhia das Letras



OBALUAÊ




Obaluaê tem as feridas transformadas em pipoca por Iansã

Chegando de viagem a aldeia onde nascera, Obaluaê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixas.

Obaluaê não podia estar na festa, devido a sua medonha aparência.

Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro.

Ogum ao perceber a angustia do orixa, cobriu-o com uma roupa de palha que ocultava sua cabeça e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.

Apesar de envergonhado Obaluaê entrou, mas ninguem se aproximava dele.

Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho.

Ela compreendia a triste situaçao de Obaluaê e dele se compadecia.

Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão.

O xirê estava animado.

Os orixas dançavam alegremente com suas equedes.

Iansã chegou então bem perto dele e soprou sua roupas de mariô, levantando as palhas que cobria sua pestilência.

Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipoca, que se espalharam brancas pelo barracão.

Obaluaê, o deus das doenças, transformou-se num jovem, num jovem belo encantador.

Obaluaê e Iansã Igbale tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espiritos, partilhando o poder unico de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os humanos.

Saudação- Atotô Ajuberô

Texto do livro- Mitologia dos Orixas

Autor- Reginaldo Prandi

Editora- Companhia das Letras

NANÃ

Nanã proibe instrumementos de corte no seu ritual
A rivalidade entre Nanã Burucu e Ogum data de tempos.
Ogum, o ferreiro guerreiro, era o proprietario de todos os metais.
Eram de Ogum os instrumentos de ferro e aço.
Por isso era tão considerado entre os orixas, pois dele todas as outras divindades dependiam.
Sem a licença de Ogum não havia sacrificio não havia orixa.
Ogum eh o Olube, O Senhor da Faca.
Todos os Orixas o reverenciam.
Mesmo antes de comer pediam licença a ele pelo uso da faca, o Obe com que se abatiam os animais e se preparava a comida sacrificial.
Contrariada com essa precedência dada a Ogum, Nanã disse que não precisava de Ogum para nada, pois se julgava mais importante do que ele.
''Quero ver como vais comer sem faca para matar os animais'', disse Ogum.
Ela aceitou o desafio e nunca mais usou a faca.
Foi sua decisão que, no futuro, nenhum de seus seguidores se utilizara de objetos de metal para qualquer cerimônia em seu louvor.
Que os sacrificios feitos a ela fossem feitos sem a faca, sem precisar da licença de Ogum.
Saudação- Saluba Nanã
Texto do Livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora- Companhia das Letras

OSSAIM

Ossaim recusa-se a cortar as ervas miraculosa

Ossaim era o nome de um escravo que foi vendido aOrunmila.
Um dia ele foi a floresta e la conheceu Aroni, que sabia tudo de plantas.
Aroni, o gnomo de uma perna so, ficou amigo de Ossaim e ensinou-lhe todos os segredos das ervas.
Um dia, Orunmila, desejoso de fazer uma grande plantaçao ordenou a Ossaim que roçasse o mato de suas terras.
Diante de uma planta que curava dores,
Ossaim exclamava,
Esta não pode ser cortada, eh a erva que cura dores.
Diante de uma planta que curava hemorragia, dizia,
Esta estanca o sangue, não deve ser cortada.
Em frente de uma planta que curava febre, dizia,
Esta tambem não, porque refresca o corpo.
E assim por diante.
Orunmila, que era um babalaô muito procurado por doentes, interessou-se então pelo poder curativo das plantas e ordenou que Ossaim ficasse junto dele nos momentos de consulta, que o ajudasse a curar os enfermos com o uso das ervas miraculosas.
E assim Ossaim ajudava Orunmila a receitar e acabou sendo conhecido como o grande medico que eh.

Saudação-Eu eu eu Assa

Texto do Livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora- Companhia das Letras

LOGUM EDE

Logum Ede nasce de Oxum e Erinle

Um dia Oxum Iponda conheceeu o caçador Erinlene por ele se apaixonou perdidamente.
Mas Erinle não quis saber de Oxum.
Oxum não desistiu e procurou um babalaô.
Ele disse que Erinle so sentia atraido pelas mulheres da floresta, nunca pelas do rio.
Oxum pagou o babalaô e arquitetou um plano, embebeu seu corpo em mel e rolou pelo chão do mata.
Agora sim, disfarçada de mulher da mata, procurou de novo o seu amor.
Erinle se apoixonou por ela no momento em que a viu.
Um dia, esquecendo-se das palavras do adivinho, Iponda convidou Erinle para um banho no rio.
mas as aguas lavaram o mel de seu corpo e as folhas do disfarce se desprenderam.
Erinle percebeu imediatamente como tinha sido enganado e abandonou Oxum para sempre.
Foi-se embora sem olhar para tras.
Oxum estava gravida, deu a luz a Logum Ede.
Logum Ede e metade Oxum, metade rio, e eh metade Erinle, a metade mato.
Suas metades nunca podem se encontrar e ele habita num tempo o rio e noutro tempo habita o mato.
Com o Ofa, arco e flecha que herdou do pai, ele caça.
No abebe, espelho que recebeu da mãe, ele se mira.


Saudação- Lossi,Lossi Logun

Texto do livro- Mitologia dos Orixas
Autor- Reginaldo Prandi
Editora- Companhia das Letras

segunda-feira, 14 de julho de 2008

OXOSSI

Oxossi ganha de Orunmila cidade de Ketu


Um certo dia, Orunmila precisava de um passaro raro para fazer um feitico de Oxum.
Ogum e Oxossi sairam em busca da ave pela mata adentro, nada encontrando por dias seguidos.
Uma manha, porem, restando-lhes apenas um dia para ofeitico, Oxossi deparou com a ave e percebeu que so lhe restava uma unica flecha.
Mirou com precisao e a atingiu.
Quando voltou para a aldeia, Orunmila estava encantado e agradecido com o feito do filho, sua determinacao e coragem.
Ofereceu-lhe a cidade de Ketu para governar ate sua morte, fazendo dele o orixa da caca e das florestas.


Saudação- Okê -arô de cokê maioh


Texto do livro: Mitologia dos Orixas
Autor: Reginaldo Prandi
Editora: Companhia das Letras

OGUM


OGUM recompensa a generosidade da vendedora de acaca

Dizia-se que noutros tempos existia uma senhora que vendia acaca ou mingau pela manha.

Um dia essa senhora foi a casa de um entendido na "ciencia", que lhe mandou fazer um ebo para melhorar de vida.

Passadoalgum tempo, o general Ogum apareceu com seu exercito todo faminto e pediu a senhora que matasse a fome de seu pessoal.

Ela os serviu atenciosamente e co abundancia.

Entao, quando a refeicao acabou, como Ogum fosse justo e nao tinha dinheiro para paga-la, dividiu com aquela senhora seu butim de guerra.

Foi assim que a vendedora de acaca tornou-se riquissima e divulgou o gesto de Ogum por toda parte.

Saudação- Patacori Ogunhê!

Texto do livro: Mitologia dos Orixas

Autor: Reginaldo Prandi

Editora: Companhia das Letras

EXU


Comecarei a fazer um passeio na vida ou lenda sobre os Orixas, aproveitem!


EXU


Exu ganha o poder sobre as encruzilhadas

Exu nao tinha riqueza, nao tinha fazenda,nao tinha rio, nao tinha profissao,nem artes, nem missao.

Exu vagabundeava pelo mundo sem paradeiro.

Entao um dia, Exu passou a ir a casa de Oxala.

Ia a casa de Oxala todos os dias.

Na casa de Oxala, Exu se distraia, vendo o velho fabricando seres humanos.

Muitos e muitos tambem vinham visitar Oxala, mas ali ficavam pouco, quatro dias, oitos dias, e nada aprendiam.

Traziam oferendas, viam o velho orixa, apreciavam sua obra e partiam .

Exu ficou na casa de Oxala dezesseis anos.

Exu prestava muita atencao na modelagem e aprendeu como Oxala fabricava as maos, os pes, a boca, os olhos, o penis dos homens, as maos, os pes, a boca, os olhos, a vagina das mlheres.

Durante dezesseis anos ali ficou ajudando o velho orixa.

Exu nao perguntava.

Exu observava.

Exu prestava atencao.

Exu aprendeu tudo.

Um dia Oxala disse a Exu para ir postar-se na encruzilhada por onde passavam os que vinham a sua casa.

Para ficar ali e nao deixar passar quem nao trouxesse uma oferenda a Oxala.

Cada vez mais havia mais humanos para Oxala fazer.

Oxala nao queria perder tempo, recolhendo os presentes que todos lhe ofereciam.

Oxala nem tinha tempo para as visitas.

Exu tinha aprendido tudo e agora podia ajudar Oxala.

Exu coletava os ebos para Oxala.

Exu recebia as oferendas e as entregava a Oxala.

Exu fazia bem o seu trabalho e Oxala decidiu recompesa-lo.

Assim, quem viesse a casa de Oxala teria que pagar tambem alguma coisa a Exu.

Quem estivesse voltando da casa de Oxala tambem pagaria alguma coisa a Exu.

Exu mantinha-se sempre a postos guardando a casa de Oxala.

Armado de um ogo, poderoso porrete, afastava os indesejaveis e punia quem tentasse burlar sua vigilancia.

Exu trabalhava demais e fez ali a sua casa, ali na encruzilhada.

Ganhou uma rendosa profissao, ganhou seu lugar, sua casa.

Exu ficou rico e poderoso.

Ninguem pode mais passar pela encruzilhada sem pagar alguma coisa a Exu.



Saudação- Laroê,cabalaroê Exu


Texto do Livro: Mitologia dos Orixas
Autor: Reginaldo Prandi
Companhia das Letras